Resenha | A Biblioteca da Meia-Noite

25 setembro 2022




A Biblioteca da Meia-Noite é um livro que foi publicado originalmente em 2020, em 2021 a editora Bertrand Brasil traduziu e entregou para as livrarias e desde então durante todos esses meses eu fiquei com uma vontade imensa de ler!

A proposta da história é tudo que sempre imaginei! Em descobrir como seria minha vida se tivesse feito algo diferente ou alguma escolha diferente, e ainda por cima, o livro traz esse gênero de crescimento pessoal e foco total na personagem, o que foi o ponto alto para eu me aventurar nessa leitura!

Vocês já leram? Se não, vem conhecer comigo!


Ficha técnica:
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Sinopse: Aos 35 anos, Nora Seed é uma mulher cheia de talentos e poucas conquistas. Arrependida das escolhas que fez no passado, ela vive se perguntando o que poderia ter acontecido caso tivesse vivido de maneira diferente. Após ser demitida e seu gato ser atropelado, Nora vê pouco sentido em sua existência e decide colocar um ponto final em tudo. Porém, quando se vê na Biblioteca da Meia-Noite, Nora ganha uma oportunidade única de viver todas as vidas que poderia ter vivido.

Neste lugar entre a vida e a morte, e graças à ajuda de uma velha amiga, Nora pode, finalmente, se mudar para a Austrália, reatar relacionamentos antigos – ou começar outros –, ser uma estrela do rock, uma glaciologista, uma nadadora olímpica... enfim, as opções são infinitas. Mas será que alguma dessas outras vidas é realmente melhor do que a que ela já tem?

Em A Biblioteca da Meia-Noite, Nora Seed se vê exatamente na situação pela qual todos gostaríamos de poder passar: voltar no tempo e desfazer algo de que nos arrependemos. Diante dessa possibilidade, Nora faz um mergulho interior viajando pelos livros da Biblioteca da Meia-Noite até entender o que é verdadeiramente importante na vida e o que faz, de fato, com que ela valha a pena ser vivida.

Autor: Matt Haig

Tradução: Adriana Fidalgo

Editora: Bertrand Brasil

Ano: 2021

Número de páginas: 308

Gênero: romance, ficção científica


Quem é o autor:
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Matt Haig é um escritor e jornalista inglês que escreve livros de ficção e não-ficção para crianças e adultos e livros de romance. É um autor best-seller internacional com livros publicados em mais de 30 idiomas!

Começou sua carreira como jornalista mas foi em 2004 que iniciou na escrita de ficção. É considerado pelo The New York Times como “um romancista de grande talento”.  



Sobre o livro:
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A história é narrada pela personagem principal Nora, uma garota que durante sua juventude teve diversas oportunidades para crescer ou como atleta profissional em natação, ou como cantora em uma banda com o irmão mais velho ou como glaciologista. E claro, suas escolhas são importantes para moldar seu destino, mas o que ela realmente queria?

O livro vai mostrar esse ponto de vista da personagem, em se encontrar e buscar aquilo que seria sua paixão e que entregaria motivação e felicidade para sua vida. Viajando em suas diversas vidas paralelas através da Biblioteca a Meia-Noite e descobrindo mais e mais dela mesma, das suas ações, escolhas e sentimentos. 


Crítica:
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O livro já começa com uma citação da Sylvia Plath, repleta de questionamentos internos, preocupações, sentimentos e medos, que de certa forma descreve muito bem a narrativa da obra.


E inclusive, pesquisei um pouco sobre a Sylvia (romancista norte-americana) e já quero ler o livro “A redoma de vidro” que tanto ouvir falar!

A história inicia-se 19 anos atrás, quando Nora está no colegial, especificamente na biblioteca, o seu lugar favorito, conversando com a bibliotecária Sra. Elm (que vai aparecer frequentemente nas páginas seguintes) sobre suas preocupações com o seu futuro, que em resposta a Sra. Elm diz a garota que ela tem uma vida inteira pela frente, com oportunidades, possibilidades de fazer coisas diferentes e de ser o que quiser. Entretanto, neste momento acontece algo crucial que acaba sendo o ponto principal para Nora ficar no estado que vemos quando está adulta.

Essa obra apresenta muitas coisas e sua ideia é bem interessante. Primeiro que aborda sobre o processo da dor de perder alguém, do arrependimento, do medo, das preocupações, da depressão, ansiedade, suicídio, expectativas sobre a vida e assim vai. Segundo que, sua ideia geral em relação a mostrar uma personagem depressiva, que não tem mais nenhuma paixão e vontade de viver e apresentar uma ficção de que ela pode ter a chance de entrar em vários livros (que são suas vidas paralelas) e ter a chance de conhecer os diferentes “eu” de diferentes escolhas, encontrando o seu verdadeiro proposito para viver sua vida atual é realmente fantástico. E por vezes, queria que esse livro tivesse sido lançado em 2014 e que eu pudesse ler logo que lançasse, porque com certeza me sentiria acolhida (eu acho).

Se olhar de um ângulo, é um livro com narrativa pesada e se você passou por alguma dessas sensações da protagonista Nora, pode ser difícil. Mas a mensagem final é muito bonita e faz você filosofar um pouco e refletir sobre sua vida, seus momentos de gratidão, da felicidade em pequenas coisas e nas suas paixões e de também se tivesse a mesma oportunidade de Nora de viajar entre suas vidas, em como seria (pensei bastante nesse kkkkk).


Apesar de apresentar essa proposta que me cativou e me chamou bastante a atenção, o livro não foi isso tudo como pensei que fosse. A narrativa logo de início já se tornava muito obvia, e já dava para imaginar como finalizaria aquela história da Nora, o que consequentemente não causou impacto nenhum.

Além disso, a medida que você lê os capítulos, eles começam a se tornar parecidos, ou seja acontece ciclos e conflitos que se repetem frequentemente, com a protagonista Nora, indo para uma vida e retornando a biblioteca querendo desistir de tudo. O que deixou a leitura cansativa e desinteressante já na metade dele! A impressão era que focava mais nas vidas que ela poderia ter do que propriamente a personagem, e sua personalidade acabou se difundindo e ficando difícil para compreender. As coisas aconteciam de um modo muito rápido e as lições de cada capítulo acabavam nem sendo absorvidas, era como se estivessem jogadas ali na história. Foi decepcionante.

Sobre a personagem principal, eu senti falta de um desenvolvimento maior, os seus pensamentos e perspectiva sobre a vida só muda lá para o final, e não aos poucos. E os personagens secundários estão ali apenas como plano de fundo, era como se eles existissem só por causa da Nora e nada mais. Não teve um aprofundamento da Nora, dos personagens ao redor dela e do porque eles estão ali e são importantes, nem da relação dela com eles. Foi tudo apagado e bem superficial.

Até o romance que acontece em algumas páginas do livro não foi explorada devidamente e um personagem Ash que de início parecia um ponto principal e importante na narrativa, se torna insignificante.

Já em relação a Biblioteca que é o ambiente que rodeia a história, foi pouco desenvolvido e totalmente desperdiçado. Esse que é o lugar crucial que apresenta tanta trama, mistério e suspense na sinopse vai se mostrar o contrário em toda a obra. Não explora nos capítulos sobre a tal Sra. Elm da Biblioteca da Meia-Noite, não entrega um suspense aos poucos nos capítulos sobre como surgiu, o mistério de existir ali para a Nora e dos outros personagens que a garota encontra que também ficam viajando entre as vidas. E isso desanimou bastante :/

Logo, o final da história não foi surpreendente e nem impactante porque a personagem muda do nada sua perspectiva de vida, escolhendo sua vida normal, mas sem nenhum outro capítulo explicando o porquê e de como ela estaria vivendo, depois de tantas preocupações e medo.

Enfim! Eu tive muuuuitas expectativas para essa obra e infelizmente não gostei, me decepcionei bastante, é uma pena porque poderia ter sido muito bom. Mas, é claro vocês podem ir ler e tirar suas próprias conclusões e compartilhar comigo aqui!


Frases:
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“Ela queria ter um propósito, algo que lhe desse uma razão para viver. Mas não tinha nada.”

 

“Momentos felizes podem se transformar em dor, com o devido tempo.”

 

“Às vezes, a única maneira de aprender é vivendo.”

 

“Se alguém avança com confiança, na direção de seus sonhos, e tenta viver a vida que imaginou, há de deparar com um sucesso inesperado a qualquer momento.”

 

“Quando você fica muito tempo num lugar, esquece como o mundo é grande e vasto. Não tem noção da extensão de suas longitudes e latitudes. Assim como, supôs ela, é difícil ter noção da vastidão dentro de qualquer pessoa.”

 

“E a gente passa tanto tempo desejando que a vida fosse diferente, se comparando com outras pessoas e com outras versões de nós mesmos, quando, na verdade, a maioria das vidas contém um certo grau de coisas boas e um certo grau de coisas ruins.” 


E termino por aqui! Espero que tenham gostado da resenha!

Para ver as próximas postagens do blog é só acessar a agenda. Beijos e até a próxima! 💙

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