Resenha | Chibineko: O restaurante das memórias inesquecíveis

15 dezembro 2024


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Normalmente sou o tipo de leitora que fica antenada nos lançamentos e quando entro em uma livraria já tenho a intenção de comprar determinado livro, fico a procura dele e somente dou uma “passada de olho” nos demais e por fim vou embora. Porém, como esse ano eu fiquei por fora de tudo e não estava lendo quase nada, queria arranjar algum jeito de trazer de volta a sensação de encontrar um livro legal e querer ler, como acontecia quando era criança.

E claro, o primeiro que me chamou atenção foi Chibineko: O restaurante das memórias inesquecíveis, fiquei rodando a livraria toda com meu pai e com o livro no braço esperando que algum outro pudesse substituí-lo, o que não aconteceu! Quase que pegava um romance chamado Playlist para um final feliz, mas pensei melhor e voltei atrás. Não estou mais para romances.

Mas enfim, vamos logo saber sobre o que esse livro trata?





Ficha técnica:
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Sinopse: 

Bem-vindo ao Restaurante Chibineko.

Aqui, enquanto se desfruta de uma refeição especial, uma pessoa falecida pode voltar para um último encontro.

É uma manhã ensolarada quando a jovem Kotoko visita a pequena cidade à beira-mar. Seguindo um caminho de conchas brancas ela chega ao Chibineko.

Ainda se recuperando da morte repentina do irmão, Kotoko está decidida a acreditar no impossível.

Sentando-se no restaurante comandado por Kai e pelo esperto gatinho Chibi, ela hesita, pensando em como foi tola de esperar um milagre.

Mas só até começar a comer...

Neste livro terno e acolhedor, a vida de Kotoko se entrelaça sutilmente com a de outros personagens, todos lidando com o luto – um garotinho que perdeu seu primeiro amor, um velho fazendeiro que se prepara para se juntar à esposa, um jovem que perdeu a mãe e precisa aprender a seguir sem ela.


Autor: Yuta Takahashi

Editora: Arqueiro

Ano: 2024

Número de páginas: 176

Gênero: healing fiction

Estrutura do livro: dividido em 4 capítulos


Crítica:
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Estou contente que o gênero “Healing Fiction” está em crescimento aqui no Brasil, e muitas editoras estão constantemente lançando livros que apresentam esse estilo de narrativa. Como é o caso de Chibineko que originalmente foi publicado em 2010 e somente em Novembro de 2024 que foi traduzido para o Brasil pela Editora Arqueiro!

Esse é um gênero que eu já gostava só que nem sabia que existia um nome para isso!

Agora o que me diriam se pudesse ir a um restaurante, ter uma refeição afetiva e de repente haver uma oportunidade, em poucos minutos, de uma última conversa com seu ente querido? Como se sentiria? O que falaria para essa pessoa? Bom, essa é a proposta do livro.

O escritor Yuta Takahashi convida seus leitores a uma jornada de reflexão, autoconhecimento, perda, sentimento de vazio, luto incessante, sonhos e também recomeços. Apesar de trazer em seu entorno aspectos da morte e como lidar com esses sentimentos, é uma leitura confortável e agradável, com certeza em alguns momentos vamos nos identificar com os personagens seja na maneira de se sentir culpado pelo que aconteceu, por querer desistir de tudo e não ter vontade de viver, pela tristeza constante e dor que permanecem no coração, bem como a ideia de que o mundo continua girando e temos que retornar para os afazeres da vida, como se nada tivesse acontecido, mas sim aconteceu.

Admito que busquei nesse livro um conforto para o meu coração, pois nesse ano vivenciei o luto indiretamente e diretamente, e não foi fácil lidar, diretamente na família, indiretamente relacionado com amigos, colegas e até na música. A verdade que a cada mês que passava era uma notícia triste, e me questionei muito a respeito sobre a vida e como tentar aprender a lidar com esses sentimentos que de princípio bloqueava e aprisionava, para então libertá-los e chorar o máximo que devia. E é assim, não é?

Essa resenha é mais pela experiência que tive com o livro do que exatamente da história, o que eu não posso dizer muito. Apresenta 4 capítulos, e personagens que ao longo do enredo perdem alguém e são recomendados a irem ao restaurante, a narrativa é fluida e curta, pode até te deixar com fome pelas descrições das refeições e o menu de como fazer as comidas. A mensagem do livro tem como foco o processo de lidar com a dor, ser paciente consigo mesmo, e acima de tudo estar aberto a novos recomeços da vida e a continuar sonhando, não só por você mas pela pessoa amada que se foi também. É saber que ela estará ali vivendo em seu coração. E isso é muito bonito.

Mas é claro que esse livro tem alguns gatilhos, se você não se sente à vontade com a temática do luto, por favor não leia. Só faça a leitura se realmente estiver ok com isso.

Concluindo por aqui, Chibineko é uma leitura agradável e de conforto para o coração, é fácil de ler, seus capítulos são curtos, a narrativa é bem fluida e ainda pude conhecer um pouco da cultura japonesa e sua culinária. De fato não encontrei nenhum ponto negativo em seu enredo. Não foi meu livro favorito, mas foi uma leitura simples e aconchegante. Recomendo.  


Frases:
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“Com ele, Kotoko, se sentia à vontade para ficar em silêncio.”

“Só se vive uma vez, e não quero ter arrependimentos no futuro”

“Ele sempre esteve ao seu lado. Sempre a ajudou quando ela mais precisava. Dava forças a ela para que não chorasse.”

“Mesmo quando alguém desaparece, o mundo continua a girar. O tempo não para.”

“Você foi meu primeiro amor!... É incrível gostar de alguém e ser correspondido, não é?”

“Quanto maior o sonho que se tem, mais as pessoas o chamam de impossível.”

“Porque ela é seu primeiro amor. E o primeiro amor é inesquecível.”

“A passagem do tempo é cruel, confina tudo ao passado. Mas o tempo também cura feridas.”

“A vida separa as pessoas, não tem jeito. Despedidas sempre acontecem.”

“É melhor agir do que se arrepender depois.”

“Estranhamente, porém, não sente medo. Com Kai ao seu lado, não há por que temer. Só por estarem juntos já se sente segura. Pensa até que poderia continuar andando assim para sempre.”

“Com você eu posso passar a vida sempre sorridente. Eu também amo você, Yoshio.”

“Fui feliz vivendo com você. Pude sorrir o tempo todo. Obrigada de coração. Obrigada por gostar de mim... Eu também amo você. Sou apaixonada por você, Yoshio.”

“As pessoas conseguem sorrir mesmo tristes. É justamente isso, essa capacidade de sorrir para alguém, que nos torna humanos.”

“Ela sempre sorri quando vem ao restaurante. Mesmo quando está triste, no fim se sente feliz e confiante.”

 




Confira meu primeiro contato com o livro e comentários finais em video:



Espero que tenham gostado da resenha, se já leu ou se interessou pelo livro, me conta nos comentários! vejo vocês no próximo post!  

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