Resenha: O Pequeno Príncipe

09 novembro 2020




Já faz um tempo que fiquei bem curiosa a respeito da história do pequeno príncipe, eu já conhecia mas bem superficialmente, então como comprei o livro recentemente resolvi ler logo e falar sobre ele aqui no blog. E se tornou um dos meus favoritos!

Então vamos saber um pouco sobre esta obra?



Ficha técnica:
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Sinopse: Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida. Com essa história mágica, sensível, comovente, às vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há 70 anos um dos maiores clássicos da literatura universal. 

Autor: Antoine De Saint-Exupéry

Editora: Harper Collins

Ano: 1943

Número de páginas: 91

Gênero: ficção, infanto-juvenil

Estrutura do livro: com 27 curtos capítulos




Crítica:
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Este livro não é para ser lido rapidamente, ou melhor dizendo, é para ser apreciado com uma leitura bem devagar, para assim podermos entender mais a fundo os questionamentos que a história quer passar. A cada passo que o pequeno príncipe dá em sua longa caminhada, é apresentado para nós leitores, lições de vida e coisas tão simples, que antes passavam despercebidos.  Ao olhar superficialmente para a história (sem ler) é como se fosse apenas mais um livro infantil qualquer, porém quando começamos a ler percebermos o quanto é encantadora e fascinante. Cada personagem trás algo importante e único nos fazendo olhar à vida de outro ângulo.

Além do mais, o que o torna mais interessante é que cada um vê a história de uma forma diferente, com um final diferente, um mais triste e outro mais alegre, um enfatizando o amor do príncipe pela rosa e outros da sua amizade com o piloto, etc...



Tema da história |

Em minha opinião, O Pequeno Príncipe não trás apenas um tema como foco, na verdade a história vai acontecendo e abordando vários temas centrais, como por exemplo, a infância. O autor no começo do livro fala o seguinte:

“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso.”

Essa abordagem é feita ao longo da história sobre a perda da infância, da inocência e da criatividade de ver o mundo de forma distinta e alegre. Trazendo a complexidade dos adultos, em questão do seu modo de vida e de como lida com as coisas ao seu redor como no caso do personagem que faz o piloto, quando ele era criança sempre desenhava, mas ninguém conseguia compreender a sua arte e por isso desistiu, mas de vez em quando fazia a mesma pergunta em alguns casos sobre o seu desenho, entretanto não adiantava nada, ninguém entendia o que ele queria apresentar.  



O amor do príncipe pela flor |

No começo eu não tinha entendido bem a relação do príncipe com a flor e só depois de reler a parte que eu pude compreender e perceber que na verdade foi apresentada uma pequena história de amor, onde o principezinho fazia de tudo pela rosa e ela parecia abusar disto, mentindo e ele levando a sério palavras sem importância. Ele foi paciente, compreensivo e dedicado a cultivar esse amor, porém ao perceber as ações da flor se entristeceu e resolveu abandonar o planeta.

“ – Não soube compreender coisa alguma! Deveria tê-la julgado por seus atos, não pelas palavras. Ela exalava perfume e me alegrava... Não podia jamais tê-la abandonado. Deveria ter percebido sua ternura por trás daquelas tolas mentiras. As flores são tão contraditórias! Mas eu era jovem demais para saber amá-la.”



Os planetas que o príncipe visitou |

Essa com certeza é a minha parte favorita, quando o príncipe abandona o planeta e vai visitando os outros existentes no universo, fazendo uma breve alusão a vida das pessoas, onde cada planeta representa determinado individuo, mostrando os seus valores, crenças, o seu jeito de viver e  de enxergar o mundo. Eu achei isso muito interessante, todos nós somos planetas que precisam ser explorados.

O pequeno príncipe vai fazendo uma passagem por essas pessoas que nos apresenta alguma coisa, como o rei autoritário que era bastante solitário e precisava de alguém para lhe fazer companhia. Ele trás duas lições importantes: exigir de cada um o que cada um pode dar e o fato de que é bem mais difícil julgar a si mesmo do que aos outros. O segundo é o homem vaidoso, que quer admiradores e pessoas que o elogiem constantemente, deu a entender no livro que ele não aceita críticas e quer ser o centro de tudo, trazendo ai mais uma reflexão. O próximo planeta é do homem bêbado que bebe para esquecer a vergonha, nos mostrando a questão do vício. O quarto é do empresário, que não tem tempo para nada, ele apenas trabalha e isso é tudo. De acordo com esse homem de negócios, tudo era bobeira, e ele era um homem serio, não tinha tempo para se divertir, passear ou até mesmo observar as estrelas. O quinto é o acendedor de lampião que para mim foi um dos planetas mais intrigantes de todos, ele apenas estava ali fazendo o que era suposto para ele fazer, acender e apagar a luz, ele não gostava disso, mas desde que estava no regulamento então ele tinha que fazer e ponto. Não havia questionamentos da parte dele de ter que fazer aquilo nem dias de descanso, realmente essa parte é bem interessante e dá para refletir muito. E o penúltimo é o velho geógrafo que se acha mais sábio de todos, porém apenas escreve em seus livros o que ouviu falar, em nenhum momento pensou em explorar o seu próprio planeta e ir atrás dos fatos reais comprovados.



O príncipe na Terra |

 

Quando o príncipe chegou na Terra ele teve um breve dialogo com a serpente, e aqui vem mais outro ensinamento. Ele a chamou de fraca e inofensiva, porém ela o disse que era bem poderosa, e não tinha nada daquelas características que ele citou. O principezinho fez um julgamento superficial só por ela ter um corpo pequeno, não podemos julgar o livro pela capa.

 


O pequeno príncipe, a rosa e a raposa

 

A raposa ensinou muito o pequeno príncipe, logo quando chegou a Terra ele pôde observar varias flores iguais a sua amada flor e ficou um pouco decepcionado mas a raposa trouxe uma ideia muito bonita da relação única que ele construiu com sua flor, independente de haver milhões delas pelo universo, para o príncipe a flor que está no seu planeta é especial e única, por justamente terem essa relação de afeto, onde ambos se tornaram importante para o outro.

 

“Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...”

 





Enfim, eu não estava pensando em trazer todo esse quase resumo do livro, mas teve tantas coisas agradáveis que a história trouxe e quis compartilhar isso para vocês também. O livro é extremamente maravilhoso e único, teve uma parte que ficou marcada na minha mente e que gostei demais foi da questão de quando uma pessoa se torna importante para você, ao olhar outras coisas você acaba lembrando-se dela como nessa frase que explica melhor:

“’Mas, se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quanto me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”

 

Sobre essa edição do livro, ela é bem simples comparada a outras que vi, e vem acompanhada com os próprios desenhos do autor. Com letras grandes e em papel branco. Recomendo demais a leitura e com certeza não irão se arrepender. Mas, é preciso ler aos poucos para poder absorver direito a história.

E uma pergunta que deixarei... Vocês acham que o carneiro terá ou não comido a flor? 





Frases:
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“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso.”

 

“As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, ficar toda hora explicando...”

 

“Quando o mistério é impressionante demais, a gente não ousa desobedecer.”

 

“Quando a gente anda sempre em frente, não pode mesmo ir longe...”

 

“Ao menos uma vez, abro exceção e digo: ‘Crianças! Cuidado com os baobás!’ Foi para advertir meus amigos de um perigo que há tanto tempo os ameaçava.”

 

“– Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e quatro vezes!

 E logo depois acrescentaste:

– Quando a gente está muito triste, gosta de admirar o pôr do sol...

– Estavas tão triste assim no dia em que contemplaste os quarenta e quatro?

Mas o principezinho não respondeu.”

 

“Deveria tê-la julgado por seus atos, não pelas palavras.”

 

“’ – Se eu ordenasse a meu general voar de uma flor a outra como borboleta, ou escrever uma tragédia, ou transformar-se numa gaivota, e o general não executasse a ordem recebida, quem, ele ou eu, estaria errado?

– Vós – respondeu com firmeza o principezinho.

– Exato. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar – replicou o rei. – A autoridade se baseia na razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, todos se rebelarão”

 

“É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.”

 

“Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...”

 

“Mas, se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quanto me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”

 

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”

 

“Quando olhares o céu à noite, eu estarei habitando uma delas, e de lá estarei rindo; então será, para ti, como se todas as estrelas rissem!”

 

“O carneiro terá ou não comido a flor? E verão como tudo fica diferente.”





Enfim, espero que tenham gostado da resenha, se já leu o livro conte nos comentários o que achou e não se esqueça de seguir o blog pelas redes sociais. Para ver as próximas postagens do blog é só acessar a agenda. Beijos e até a próxima! ❤️

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