Já
faz um tempo que fiquei bem curiosa a respeito da história do pequeno príncipe,
eu já conhecia mas bem superficialmente, então como comprei o livro
recentemente resolvi ler logo e falar sobre ele aqui no blog. E se tornou um
dos meus favoritos!
Então
vamos saber um pouco sobre esta obra?
Este
livro não é para ser lido rapidamente, ou melhor dizendo, é para ser apreciado com
uma leitura bem devagar, para assim podermos entender mais a fundo os
questionamentos que a história quer passar. A cada passo que o pequeno príncipe
dá em sua longa caminhada, é apresentado para nós leitores, lições de vida e
coisas tão simples, que antes passavam despercebidos. Ao olhar superficialmente para a história
(sem ler) é como se fosse apenas mais um livro infantil qualquer, porém quando começamos
a ler percebermos o quanto é encantadora e fascinante. Cada personagem trás
algo importante e único nos fazendo olhar à vida de outro ângulo.
Além
do mais, o que o torna mais interessante é que cada um vê a história de uma
forma diferente, com um final diferente, um mais triste e outro mais alegre, um
enfatizando o amor do príncipe pela rosa e outros da sua amizade com o piloto,
etc...
Tema da história |
Em
minha opinião, O Pequeno Príncipe não trás apenas um tema como foco, na verdade
a história vai acontecendo e abordando vários temas centrais, como por exemplo,
a infância. O autor no começo do livro fala o seguinte:
“Todas as pessoas grandes foram um dia
crianças – mas poucas se lembram disso.”
Essa
abordagem é feita ao longo da história sobre a perda da infância, da inocência
e da criatividade de ver o mundo de forma distinta e alegre. Trazendo a complexidade
dos adultos, em questão do seu modo de vida e de como lida com as coisas ao seu
redor como no caso do personagem que faz o piloto, quando ele era criança
sempre desenhava, mas ninguém conseguia compreender a sua arte e por isso desistiu,
mas de vez em quando fazia a mesma pergunta em alguns casos sobre o seu desenho,
entretanto não adiantava nada, ninguém entendia o que ele queria apresentar.
O amor do príncipe pela flor |
No
começo eu não tinha entendido bem a relação do príncipe com a flor e só depois
de reler a parte que eu pude compreender e perceber que na verdade foi apresentada
uma pequena história de amor, onde o principezinho fazia de tudo pela rosa e
ela parecia abusar disto, mentindo e ele levando a sério palavras sem
importância. Ele foi paciente, compreensivo e dedicado a cultivar esse amor,
porém ao perceber as ações da flor se entristeceu e resolveu abandonar o
planeta.
“ – Não soube compreender coisa alguma!
Deveria tê-la julgado por seus atos, não pelas palavras. Ela exalava perfume e
me alegrava... Não podia jamais tê-la abandonado. Deveria ter percebido sua
ternura por trás daquelas tolas mentiras. As flores são tão contraditórias! Mas
eu era jovem demais para saber amá-la.”
Os planetas que o príncipe visitou |
Essa
com certeza é a minha parte favorita, quando o príncipe abandona o planeta e
vai visitando os outros existentes no universo, fazendo uma breve alusão a vida
das pessoas, onde cada planeta representa determinado individuo, mostrando os
seus valores, crenças, o seu jeito de viver e de enxergar o mundo. Eu achei isso muito
interessante, todos nós somos planetas que precisam ser explorados.
O
pequeno príncipe vai fazendo uma passagem por essas pessoas que nos apresenta
alguma coisa, como o rei autoritário
que era bastante solitário e precisava de alguém para lhe fazer companhia. Ele
trás duas lições importantes: exigir de cada um o que cada um pode dar e o fato
de que é bem mais difícil julgar a si mesmo do que aos outros. O segundo é o homem vaidoso, que quer
admiradores e pessoas que o elogiem constantemente, deu a entender no livro que
ele não aceita críticas e quer ser o centro de tudo, trazendo ai mais uma reflexão.
O próximo planeta é do homem bêbado
que bebe para esquecer a vergonha, nos mostrando a questão do vício. O quarto é
do empresário, que não tem
tempo para nada, ele apenas trabalha e isso é tudo. De acordo com esse homem de
negócios, tudo era bobeira, e ele era um homem serio, não tinha tempo para se
divertir, passear ou até mesmo observar as estrelas. O quinto é o acendedor de lampião que para mim
foi um dos planetas mais intrigantes de todos, ele apenas estava ali fazendo o
que era suposto para ele fazer, acender e apagar a luz, ele não gostava disso,
mas desde que estava no regulamento então ele tinha que fazer e ponto. Não
havia questionamentos da parte dele de ter que fazer aquilo nem dias de
descanso, realmente essa parte é bem interessante e dá para refletir muito. E o
penúltimo é o velho geógrafo que se acha mais sábio de todos, porém apenas
escreve em seus livros o que ouviu falar, em nenhum momento pensou em explorar
o seu próprio planeta e ir atrás dos fatos reais comprovados.
O príncipe na Terra |
Quando o príncipe chegou na
Terra ele teve um breve dialogo com a serpente, e aqui vem mais outro
ensinamento. Ele a chamou de fraca e inofensiva, porém ela o disse que era bem
poderosa, e não tinha nada daquelas características que ele citou. O
principezinho fez um julgamento superficial só por ela ter um corpo pequeno,
não podemos julgar o livro pela capa.
O pequeno príncipe, a rosa e a raposa
A raposa ensinou muito o
pequeno príncipe, logo quando chegou a Terra ele pôde observar varias flores
iguais a sua amada flor e ficou um pouco decepcionado mas a raposa trouxe uma
ideia muito bonita da relação única que ele construiu com sua flor,
independente de haver milhões delas pelo universo, para o príncipe a flor que
está no seu planeta é especial e única, por justamente terem essa relação de
afeto, onde ambos se tornaram importante para o outro.
“Tu não és ainda para mim senão um garoto
inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti.
E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa
igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade
um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no
mundo...”
Enfim,
eu não estava pensando em trazer todo esse quase resumo do livro, mas teve
tantas coisas agradáveis que a história trouxe e quis compartilhar isso para
vocês também. O livro é extremamente maravilhoso e único, teve uma parte que
ficou marcada na minha mente e que gostei demais foi da questão de quando uma
pessoa se torna importante para você, ao olhar outras coisas você acaba lembrando-se
dela como nessa frase que explica melhor:
“’Mas, se tu me cativas, minha
vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será
diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os
teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. E depois, olha! Vês,
lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada.
Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens
cabelos dourados. Então será maravilhoso quanto me tiveres cativado. O trigo,
que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento
no trigo...”
Sobre
essa edição do livro, ela é bem simples comparada a outras que vi, e vem
acompanhada com os próprios desenhos do autor. Com letras grandes e em papel
branco. Recomendo demais a leitura e com certeza não irão se arrepender. Mas, é
preciso ler aos poucos para poder absorver direito a história.
E
uma pergunta que deixarei... Vocês acham que o carneiro terá ou não comido a
flor?
“Todas as pessoas grandes foram um dia
crianças – mas poucas se lembram disso.”
“As pessoas grandes não compreendem nada
sozinhas, e é cansativo, para as crianças, ficar toda hora explicando...”
“Quando o mistério é impressionante
demais, a gente não ousa desobedecer.”
“Quando a gente anda sempre em frente,
não pode mesmo ir longe...”
“Ao menos uma vez, abro exceção e digo: ‘Crianças!
Cuidado com os baobás!’ Foi para advertir meus amigos de um perigo que há tanto
tempo os ameaçava.”
“– Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e
quatro vezes!
E
logo depois acrescentaste:
– Quando a gente está muito triste,
gosta de admirar o pôr do sol...
– Estavas tão triste assim no dia em que
contemplaste os quarenta e quatro?
Mas o principezinho não respondeu.”
“Deveria tê-la julgado por seus atos,
não pelas palavras.”
“’ – Se eu ordenasse a meu general voar
de uma flor a outra como borboleta, ou escrever uma tragédia, ou transformar-se
numa gaivota, e o general não executasse a ordem recebida, quem, ele ou eu,
estaria errado?
– Vós – respondeu com firmeza o
principezinho.
– Exato. É preciso exigir de cada um o
que cada um pode dar – replicou o rei. – A autoridade se baseia na razão. Se
ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, todos se rebelarão”
“É o mais difícil. É bem mais difícil
julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de
ti, és um verdadeiro sábio.”
“Tu não és ainda para mim senão um
garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade
de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma
raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos
necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti
única no mundo...”
“Mas, se tu me cativas, minha vida será
como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos
outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão
para fora da toca, como se fossem música. E depois, olha! Vês, lá longe, os
campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de
trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos
dourados. Então será maravilhoso quanto me tiveres cativado. O trigo, que é
dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no
trigo...”
“Só se vê bem com o coração. O essencial
é invisível aos olhos.”
“Quando olhares o céu à noite, eu
estarei habitando uma delas, e de lá estarei rindo; então será, para ti, como
se todas as estrelas rissem!”
“O carneiro terá ou não comido a flor? E
verão como tudo fica diferente.”
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