Resenha | Kindred: Laços de Sangue

08 dezembro 2022



Olá pessoal que acompanha o blog! Como vocês estão?

Faz um bom tempo que eu vinha prometendo essa resenha de Kindred – Laços de Sangue e o motivo de ter demorado tanto é que eu tinha perdido as minhas anotações sobre a história! E aí, fiquei naquele dilema né... kkkkk

Mas, indo para o que interessa, a postagem de hoje é para comentar sobre esse clássico da ficção científica escrita por Octavia e publicado originalmente em 1979. Nesta obra, a autora vai abordar temas importantíssimos como a escravidão, o racismo, a desigualdade social e o ódio existente na sociedade até hoje. Octavia apresenta esse tema com total propriedade e nos mostra o outro lado da história, abrindo os nossos olhos e nos fazendo refletir.

Não vou mentir, a história é bem pesada! Porém antes de começar a pontuar sobre os elementos deste livro, vamos primeiro conhece-lo?

PS: A história é tão boa que virou até série!!



Ficha técnica:
─────          ─────

Sinopse: Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça.

Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida... até acontecer de novo. E de novo.

Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.


Autora: Octavia E. Butler

Editora: Morro Branco

Ano: 2019

Número de páginas: 432

Gênero: ficção científica, viagem do tempo

Estrutura do livro: dividido em oito capítulos





Sobre a escritora:
─────         ─────

Octavia Estelle Butler (1947 – 2006) foi uma escritora afro-americana e considerada a dama da ficção científica, apresentou questões importantes em seus livros como o preconceito e racismo. 




Crítica:
─────         ─────

Comecei esse livro por uma razão: tinha um seminário para apresentar exclusivamente sobre a história e sobre a escritora Octavia E. Butler. E não tive nenhum arrependimento de ter iniciado essa leitura por que foi uma das melhores coisas que fiz esse ano! O quanto essa obra me impressionou, me deu conhecimentos e me fez abrir os olhos para certas questões sociais, não foi pouco hein!

É claro que eu já sabia de todo o contexto histórico, da escravidão, do preconceito que existia e ainda persiste em nossa sociedade, já tinha visto alguns filmes que mostravam isso, mas sabe gente... Ter lido, foi um sentimento totalmente diferente, até porque mostra o outro lado da história. Estamos tão presos nos ideais dos colonizadores, de como foi a situação para eles, como por exemplo aqui no Brasil com toda a violência e tortura, que é muito difícil a gente ter a visão de como foi esse sofrimento para eles, a leitura sempre era muito superficial (nos livros da escola). Entretanto, em Kindred a escritora transformou meu mundo completamente e apresentou algo que nem eu sabia que tinha interesse em conhecer. A sua verdadeira história.

Recomendo assistirem “O perigo de uma única história” uma palestra da Chimamanda


Como abordei no início, a obra apresenta temas pesados e antes de começar eu pensava que seria complicado ler mas foi totalmente o contrário! O vocabulário é fácil e a leitura fluiu muito bem, ainda mais pela divisão do livro em 8 partes e cada uma delas com capítulos curtos, fazendo com que eu tivesse uma percepção de que o enredo estava caminhando.



Agora partindo para os pontos positivos e negativos, na verdade eu já citei bastante os pontos positivos que são as críticas que a escritora faz em volta do poder, do preconceito e eu encontrei isso implícito quando ao longo da história a Dana (personagem principal) acaba não sendo mais a protagonista da sua própria vida, e tudo ao seu redor é baseado no menino Rufus e na sua família perversa, foi como se a Dana se tornasse uma figurante, isso foi algo muito louco! O segundo elemento que encontrei como crítica da autora foi a relação do Kevin e Dana quando viajaram no tempo, mostrando que o Kevin não sofre nem a metade do que a protagonista. Isso foi algo realmente a se pensar, os dois sabiam ler e eram inteligentes mas essa diferença da cor e do gênero foi algo que modificou o rumo de cada um.

Já sobre os pontos negativos, o primeiro fator que percebi é que a história começou a ficar repetitiva na metade da obra, entre as idas e voltas da Dana e isso fez com que a leitura começasse a ficar um pouco exaustiva e eu me perguntava que rumo tudo aquilo iria levar. O segundo fator que observei foi que a escritora não explorou sobre o universo das viagens no tempo, PRINCIPALMENTE sobre o PORQUE e COMO a Dana viajava para o passado. Fiquei a história inteira esperando pelas respostas e explicações sobre isso e no final não encontrei nada! Foi uma decepção total sinceramente. Entendo o foco da autora, mas era necessário alguma explicação do que ela apresentou bem no começo do livro. O final é surpreendente de fato, mas por não ter explicações, a história ficou como uma montanha russa, atingiu um ponto alto mas logo em seguida foi para baixo, por não ter respondido o que foi apresentado e que era o elemento principal.



No geral, foi um bom livro, aprendi muito com ele e recomendo para vocês! A única coisa que fez ele perder pontos comigo, foi justamente esse final que não foi explicado, eu relevo até a repetição dos acontecimentos entre as idas e voltas que algumas vezes foram desnecessárias, porém esperava mais deste término. Apesar de tudo, vale a pena ler! 


Frases:
─────         ─────

“A possibilidade de encontrar um adulto branco me assustava mais do que a possibilidade de enfrentar a violência urbana da minha época.”

 

“Mas não havia ficado perto e sentido o cheiro do suor nem ouvido as súplicas e as orações das pessoas humilhadas diante de suas famílias e de si mesmas. “

 

“Kevin, você não precisa bater nas pessoas para trata-las com brutalidade.”





Espero que tenham gostado da resenha, se já leu ou se interessou pelo livro, me conta nos comentários! vejo vocês no próximo post!  

Para ver as próximas postagens do blog é só acessar a agenda. Beijos e até a próxima! 💙

Twitter: @blogmht 

Instagram: @blogmht

Facebook: @blogmht

 | My Hidden Track |


Postar um comentário

Comente o que você achou da postagem do My Hidden Track