Porém, nessas férias eu aproveitei que a adaptação da obra de Carina Rissi estaria estreando nos cinemas e resolvi me aventurar com a leitura de Perdida!
Vamos conhecer um pouco?
Neste livro conhecemos Sofia, que vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz. Ligeiramente viciada em tecnologia acredita que não saberia viver sem computador, celular e... microondas.
Cética e independente, Sofia tem como melhor amiga, Nina, uma bela jovem que esteve ao seu lado em todos os momentos difícieis em que precisou de apoio. Ao contrário da amiga, que faz planos para seu futuro romântico, Sofia tem pavor à mera menção da palavra casamento.
Viver em função de uma só pessoa, como se sua vida apenas tivesse sentido se ela estivesse por perto? Acordar e olhar para a mesma pessoa todo santo dia! Ter que cuidar da casa, do marido, dos filhos, do cachorro, trabalhar... Casamenro, não seria um tipo de sentença de escravidão? Enfim! Os únicos romances na vida de Sofia são aqueles que os livros proporcionam.
Mas ao acordar em um belo dia de Fevereiro a moça terá uma reviravolta em sua vida. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa - ou se isso sequer é possível.
Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo - e lindo - Ian Clarke, que aos poucos mexe com todos os seus sentidos e a faz agir cada vez mais de forma um pouco... desconexa.
Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos.
Perdida: Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo é um romance divertido e apaixonante que une o melhor de dois mundos aparentemente muito diferentes. Com diálogos engraçadissimos e uma história de amor cativante é capaz de conquistar tanto os fãs de Jane Austen quanto os adimiradores de Sophie Kinsella.
“Perdida” é um livro que apresenta uma proposta interessante de uma
garota agitada, trabalhadora e solitária, que se envolve em uma viagem no tempo
para descobrir o verdadeiro sentido da sua ida para 1830, e como poderia
retornar para o seu presente, em 2010.
Como é dito no gênero, o romance é a parte
central da história e que vai conquistando aos poucos o leitor, ao apresentar
os personagens novos, o novo cenário e estilo de vida de cada um. Tem alguns
fatos bem legais que aparecem como por exemplo o banheiro naquela época, o
maneira de se vestir das mulheres, a necessidade de usar um chapéu ao sair, as carruagens,
e muitas outras coisas.
Em relação a narrativa, eu percebi que é mais
focado no público infanto-juvenil, e a escrita da autora é simples e leve,
porém em algumas partes acontece muitas repetições desnecessárias de
pensamentos da protagonista ou até mesmo da tendência a confirmar o título do
livro dentro da história, era “perdida” pra lá, “perdida” pra cá, perdida pra
todo lado. Tinha até algumas informações irrelevantes adicionadas no texto que
poderiam ser apenas citadas, como a parte em que Sofia procura maneiras de
retornar ao passado, vendo teorias da conspiração.
Apesar de ser leve em seus aspectos gerais,
não se engane! O livro apresenta um gatilho com insinuação de um possível abuso
sexual envolvendo a protagonista, eu fui pega de surpresa então tome cuidado. AVISO AQUI DE
GATILHO.
Com pesar, venho
dizer a vocês que não gostei e tive que refletir muito para encontrar as
respostas desse porquê. Primeiro que, o enredo demora para engatar na história
e como consequência só comecei a gostar um pouco lá para o final.
Segundo que, como
ponto negativo, o livro tinha potencial para ser bom entretanto não foi bem
trabalhado nos aspectos do desenvolvimento e construção dos personagens
principais e secundários. Houveram muitos elementos que poderiam ter sido
executados como a questão do suspense para prender o leitor, com o mistério do
celular, a fantasia de ter ido e voltado no tempo, a “fada madrinha”, a ideia
de ter vivido no tempo errado por um erro de não sei quem, e entre outros.
Focou tanto no romance e deixou a desejar em diversos pontos que poderiam ser a
chave para uma história que cativasse.
Ademais, observei que
a personalidade da protagonista mudou um pouco observando do início para o
final, e tudo se resultava ao Ian, sua paixão. A Sofia, odiava tudo que era
antigo, e por um amor a sua perspectiva mudou completamente. É sério isso?
Gostaria de ter visto um desenvolvimento mais profundo da protagonista, tudo
era resumido ao seu amor por Ian, toda a vida dela era baseada nisso, cadê os
propósitos da personagem? Sua visão de mundo? Para mim, Sofia foi uma
personagem superficial em algumas maneiras e chata, não houve uma reflexão em
relação ao que ela realmente queria ser ou se tornar. Faltou desenvolvimento
pessoal.
Além de que, as
coisas se resolviam muito rapidamente e com muita facilidade, como por exemplo
a melhor amiga da protagonista, a Nina, acreditar na ideia da viagem do tempo,
sem muitos questionamentos.
Admito que não gostei
também por não haver nenhumas questões de críticas sociais, o gatilho do abuso
foi jogado em cena e não foi trabalhado devidamente, a pressão do trabalho de
Sofia, tão pouco, assim como o machismo. É basicamente puro romance e tudo
sobre o casal, os outros personagens como a Elisa, Teodora e Nina não tinham
tanto valor assim, estavam apenas como sustentação da história e dos
protagonistas. Não houve uma profundidade neles.
Por fim, na minha
versão do livro, a nota final da autora na qual explica o porquê de não abordar
sobre o processo de escravidão deveria seguir logo antes da história começar e
não quando termina. Logo no início, dizem rapidamente que é uma ficção mas sem
muitas explicações desse universo paralelo e fantasioso.
Concluindo por aqui,
Perdida de Carina Rissi é uma história estilo filme romântico da sessão da
tarde, pois é leve, com algumas partes divertidas, com muito romance e uma
pitada de suspense. Perfeito para sair da ressaca literária e sem pensar muito.
- Não se tem certeza de nada quando se está apaixonada, Sofia!- Ah, se tem sim! Dá pra ter certza que seu coração será estilhaçado em um milhão de pedaços no final.
Tenho esperanças de que você encontre o cara certo um dia desses, sabia? Já tá na hora de viver uma história de amor de verdade e esquecer as dos livros. Acho que vai ser divertido ver como você vai se sair quando se apaixonar pela primeira vez.
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